segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Dor de cotovelo: a gente vê por aí

Carlos Nascimento, apresentador do Jornal do SBT, protagonizou na semana passada uma cena curiosa. O jornalista, que já foi da Globo, fez um comentário sobre o sucesso do meme sobre Luiza (a que voltou do Canadá, e apareceu no Jornal Hoje) e o suposto estupro no Big Brother Brasil. Eis o que ele disse:

clique para ampliar

Será que é o teor dos assuntos que incomoda Nascimento, ou o fato de que nenhum dos dois aborda seu programa, o SBT ou sua pessoa, que perdeu muito do reconhecimento de que já gozou ao deixar a emissora líder?
O jornalista já foi apresentador do Jornal da Globo, e naquela época era tido como páreo para William Bonner. Hoje, raramente é citado, quando se fala em apresentadores de telejornais.
Além disso, vejamos o que ele falou sobre já termos sido mais inteligentes. Se ele diz isso por causa do Big Brother, cabe uma análise da programação dos demais canais de tv; o que dizer da qualidade do Programa do Ratinho, por exemplo, anunciado todos os dias por Nascimento? Seu último grande pico de audiência foi a apresentação ao vivo do garotinho que cantava "O Pintinho Piu", com direito a funcionários de Ratinho fantasiados de animais para acompanhá-lo. E de onde veio o menino? Da Internet! O mesmo espaço onde Luiza foi consagrada. Mas ela não apareceu no SBT, certo? A Globo a mostrou antes, então, deve ser criticada. Como ex-funcionário, Nascimento parece se sentir obrigado a falar mal da emissora.
E qual programa do SBT ou de outro canal hoje faz frente ao BBB? Deve ser difícil conviver com isso, ainda mais sabendo que o programa não prioriza a qualidade do conteúdo. Ser pior que o Bial não é coisa que se exiba como um troféu.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

E o planejamento foi por água abaixo

Foto: Valter Campanato/ABr

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), disse ontem em seu discurso que Pernambuco está sofrendo discriminação por ser seu estado de origem. Ele não entendeu que não é só isso que coloca a terra de onde saiu o ex-presidente Lula nos noticiários; o que chama a atenção é o altíssimo valor dos repasses para prevenção de desastres ao Estado (R$ 25 milhões) em 2011, enquanto Minas Gerais não dispõe de recursos para se recuperar, após o alagamento que deixou várias cidades debaixo d'água. Outro estado que não consta da lista de repasses federais é, pasmem, o Rio de Janeiro, mesmo após as sucessivas chuvas e enchentes que devastaram municípios como Nova Friburgo.

O segundo colocado nesta lista é o Paraná, que teve duas cidades vítimas de problemas semelhantes no ano passado (Morretes e Antonina), a frente de lugares famosos por passar dificuldades desta natureza, como São Paulo. E, mesmo assim, o valor repassado foi 14 vezes menor que o recebido por Pernambuco, cerca de R$ 1,8 milhões. Não há como justificar tamanha diferença.

Isso mostra como as coisas funcionam nos ministérios do governo Dilma. Tudo leva  a crer que não existe planejamento para coisa alguma, que as decisões são tomadas por impulso. Quando o certo seria repassar mais verbas aos estados que enfrentam continuamente desastres naturais, o Ministério da Integração toma a decisão de beneficiar estados que uma ou outra vez foram afetados (no caso de 2011, Pernambuco, Espírito Santo e Paraná). Mas como deixaram de fora o Rio de Janeiro, que também foi bastante prejudicado no ano passado? E São Paulo? Não existe explicação cabível para este disparate, a não ser a óbvia falta de estudo e estratégia.