Foto: Valter Campanato/ABr
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), disse ontem em seu discurso que Pernambuco está sofrendo discriminação por ser seu estado de origem. Ele não entendeu que não é só isso que coloca a terra de onde saiu o ex-presidente Lula nos noticiários; o que chama a atenção é o altíssimo valor dos repasses para prevenção de desastres ao Estado (R$ 25 milhões) em 2011, enquanto Minas Gerais não dispõe de recursos para se recuperar, após o alagamento que deixou várias cidades debaixo d'água. Outro estado que não consta da lista de repasses federais é, pasmem, o Rio de Janeiro, mesmo após as sucessivas chuvas e enchentes que devastaram municípios como Nova Friburgo.
O segundo colocado nesta lista é o Paraná, que teve duas cidades vítimas de problemas semelhantes no ano passado (Morretes e Antonina), a frente de lugares famosos por passar dificuldades desta natureza, como São Paulo. E, mesmo assim, o valor repassado foi 14 vezes menor que o recebido por Pernambuco, cerca de R$ 1,8 milhões. Não há como justificar tamanha diferença.
Isso mostra como as coisas funcionam nos ministérios do governo Dilma. Tudo leva a crer que não existe planejamento para coisa alguma, que as decisões são tomadas por impulso. Quando o certo seria repassar mais verbas aos estados que enfrentam continuamente desastres naturais, o Ministério da Integração toma a decisão de beneficiar estados que uma ou outra vez foram afetados (no caso de 2011, Pernambuco, Espírito Santo e Paraná). Mas como deixaram de fora o Rio de Janeiro, que também foi bastante prejudicado no ano passado? E São Paulo? Não existe explicação cabível para este disparate, a não ser a óbvia falta de estudo e estratégia.
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